Ser
Cidadão
Cidadão é aquele que está inserido
numa cidadania, ou seja, está abrangido pelo conjunto de direitos e deveres em
relação á sociedade em que vive.
Direitos:
direito à liberdade, direito à saúde, direito ao trabalho, são alguns dos que
qualquer cidadão deverá ter. Estes direitos sempre se praticaram.
Na
minha pessoa em especial, nunca fui excluído de nenhum deles, isto
reportando-me, ao antes do 25 de Abril, claro. Estudei em escolas públicas, até
concluir o meu curso Industrial com 15 anos.
Durante esse período, sempre fui
acompanhado por bons mestres, tinha o apoio do estado em material escolar, era
respeitado como aluno e orientado sempre no sentido do sucesso. Após os estudos,
na vida laboral, as dificuldades em arranjar trabalho, praticamente não existiam.
Tive muito por onde escolher, ou seja foi-me dada a possibilidade de optar pelo
privado ou pelo público. Claro que nessa altura era preferível optar pelo privado,
pois qualquer organismo público em matéria salarial era desfavorável em
comparação com o privado.
Como
cidadão de pleno direito, nunca me senti pressionado, oprimido, sempre tive as
minhas liberdades.
Trabalhava, estudava, praticava desporto,
passeava, divertia-me à noite, podia dispor das minhas coisas, sem que ninguém
interferisse.
Como cidadão, tinha também os meus deveres,
e um deles surgiu quando atingi a maioridade: o serviço militar.
Fui como cidadão, cumpridor. O dever
fala mais alto, incorporado no exército antes da Revolução do 25 de Abril,
sentia que era um dever defender o que era meu, o que era de todos nós (outros
assim não o entendem). O estado ao estado pertence, a cidadania ao cidadão.
Dá-se a revolução, na qual participei, e tudo se alterou. A opressão que alguns
argumentam como tendo sido a causa para a revolução, não é mais do que uma
desculpa para o que hoje se pratica. Coisas primordiais numa cidadania, que até
então eram respeitadas, como a seriedade e o respeito, foram simplesmente
postas de parte. Para que nos serve o direito ao voto se afinal de contas somos
ainda mais humilhados, nos nossos direitos cívicos, do que até então.
Ganhamos mais liberdade? Não me
parece. Direito a voto? Para quê? Se não estivermos satisfeitos e nos
manifestarmos, a recompensa é aquela a que estamos habituados a assistir,
repressão.
Ganhamos
o direito, a sermos explorados, gozados, maltratados, e ainda dizemos que agora
é que estamos bem. Estamos em DEMOCRACIA. DIREITOS PARA QUÊ? OBRIGAÇÕES SIM.