quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Ser Cidadão
                                  
            Cidadão é aquele que está inserido numa cidadania, ou seja, está abrangido pelo conjunto de direitos e deveres em relação á sociedade em que vive.
Direitos: direito à liberdade, direito à saúde, direito ao trabalho, são alguns dos que qualquer cidadão deverá ter. Estes direitos sempre se praticaram.
Na minha pessoa em especial, nunca fui excluído de nenhum deles, isto reportando-me, ao antes do 25 de Abril, claro. Estudei em escolas públicas, até concluir o meu curso Industrial com 15 anos.
            Durante esse período, sempre fui acompanhado por bons mestres, tinha o apoio do estado em material escolar, era respeitado como aluno e orientado sempre no sentido do sucesso. Após os estudos, na vida laboral, as dificuldades em arranjar trabalho, praticamente não existiam. Tive muito por onde escolher, ou seja foi-me dada a possibilidade de optar pelo privado ou pelo público. Claro que nessa altura era preferível optar pelo privado, pois qualquer organismo público em matéria salarial era desfavorável em comparação com o privado.
Como cidadão de pleno direito, nunca me senti pressionado, oprimido, sempre tive as minhas liberdades.
            Trabalhava, estudava, praticava desporto, passeava, divertia-me à noite, podia dispor das minhas coisas, sem que ninguém interferisse.
            Como cidadão, tinha também os meus deveres, e um deles surgiu quando atingi a maioridade: o serviço militar.
            Fui como cidadão, cumpridor. O dever fala mais alto, incorporado no exército antes da Revolução do 25 de Abril, sentia que era um dever defender o que era meu, o que era de todos nós (outros assim não o entendem). O estado ao estado pertence, a cidadania ao cidadão. Dá-se a revolução, na qual participei, e tudo se alterou. A opressão que alguns argumentam como tendo sido a causa para a revolução, não é mais do que uma desculpa para o que hoje se pratica. Coisas primordiais numa cidadania, que até então eram respeitadas, como a seriedade e o respeito, foram simplesmente postas de parte. Para que nos serve o direito ao voto se afinal de contas somos ainda mais humilhados, nos nossos direitos cívicos, do que até então.
            Ganhamos mais liberdade? Não me parece. Direito a voto? Para quê? Se não estivermos satisfeitos e nos manifestarmos, a recompensa é aquela a que estamos habituados a assistir, repressão.
            Ganhamos o direito, a sermos explorados, gozados, maltratados, e ainda dizemos que agora é que estamos bem. Estamos em DEMOCRACIA. DIREITOS PARA QUÊ? OBRIGAÇÕES SIM.

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